Laura
Cardoso foi ao programa `Persona em Foco´ na TV Cultura. A atriz está com 89
anos de idade e falou sobre os 70 anos de carreira.
Ela relembrou
o início dos trabalhos no rádio, falou de seu casamento e disse até que já brigou
com uma diretora da Globo
Ela relembrou que, aos 16 anos
fez um teste para atriz de radionovelas contra a vontade dos pais na Rádio
Cosmos, hoje Rádio América, e foi contratada. Mas o nome de batismo,
Laurinda de Jesus Cardoso, não foi aprovado, adotando então Laura Cardoso.
Foi
nas rádios que conheceu o marido, Fernando
Baleroni, com quem se casou e teve duas filhas: Fátima e Fernanda.
"A minha vida com Balleroni foi muito boa. Eu não digo que durante o
caminho ele não tenha olhado para outra mulher. E que eu não tenha olhado para
outro. É da vida. E é muito bom. No final as duas pessoas solidificam a amizade
e o companheirismo. A caminhada é longa e durante a caminhada você olha para um
lado e para outro. Mas tudo bem", diz, tranquila.
Laura
já chegou a trabalhar de graça. "Durante a semana eu fazia radionovelas e
aos sábados e domingos apresentava peças curtas em circos. O circo era tão
pobrezinho que eu não tinha coragem de receber a bilheteria. O importante era
estar em cena”.
Era nas rádios que ela pedia
chance para atores e autores. "Eu passava pela Vida Alves e dizia: ‘me escala’. Passava
pelo Cassiano Gabus Mendes e dizia: ‘me deixa fazer uma
vez. Se não gostar não faço mais’. Fui escalada por Vida para 'Tribunal do
Coração'. Depois Cassiano me chamou para fazer "Coração Sagrado" na
TV de Vanguarda. Ganhei meu primeiro prêmio na televisão e nunca mais parei,
graças a Deus”, vibra.
Daniel
Filho a
convidou em 1981 para a novela "Brilhante", de Gilberto
Braga. Mas a atriz não esquece um canal importante para que as
novelas se consolidassem no gosto do público. "Tudo que está nas
televisões é resultado da TV Tupi, que começou tanto no teleteatro, na
música e no esporte. Claro que não tínhamos tecnologia, que veio depois,
mas tínhamos um amor, uma garra para fazer. Tudo que existe hoje na
televisão foi a turma que criou e começou a fazer. O Rio diz que foram eles.
Mas já disse pra eles que começou em São Paulo", provoca.
Ela
fala sobre a dificuldade de adaptação do ator da TV artesanal para a era
tecnológica. "É difícil para o ator de verdade. Ele tem até uma certa
resistência sobra a industrialização. O ator quer moldar e formar seu
personagem. Esse negócio de tecnologia eu e muito outros atores não gostamos
muito", confessa, contando um episódio.
"Um
dia estava fazendo uma cena dramática e, de repente, a diretora parou a cena.
Eu disse: ‘por que parou?’. Disse que teria que pegar.... Eu disse: ‘não tem
que pegar nada. Você tem que pegar eu. Pois sou eu que estou dizendo o
texto de verdade. Eu que estou inteira aqui. Você não pode me cortar para fazer
um close da bonitinha . Eu sou importante. Deixa eu terminar. Importa o texto
que estou dizendo e não a moça loura. Eu sou feia, mas estou inteira
aqui'", revela Laura Cardoso, sem citar o nome da diretora.
Fonte: IG
0 comentários:
Postar um comentário