Para muitas pessoas, falar sobre os problemas e as dores
é a melhor forma de sentir alívio e buscar meios para superar as perdas. Esta
talvez tenha sido a ideia de Ashley Grimm, uma mãe que perdeu seu filho mais
novo, Titus, em um trágico acidente de carro. Ela dirigia uma van com cinco de
seus oito filhos quando voltava para casa, em Emmett, Idaho, nos Estados
Unidos. Ainda no período de luto, Ashley escreveu um texto emocionante em seu
Facebook sobre “o pior medo de toda mãe”: a morte de um filho.
No longo depoimento, que teve mais de 405 mil compartilhamentos na rede
social, Ashley fala sobre a importância de as mães “abraçarem seus filhos” e
“dizerem o quanto os amam”.
A mulher ainda pede para que as mães não julguem umas às
outras, pois essa postura pode aumentar o peso da culpa que muitas mulheres
sentem por coisas que acontecem com eles. Veja por que este e outros
sentimentos são tão fortes no relato de Ashley, que ainda conta qual foi o
motivo da morte de Titus, e dá ensinamentos para todos aqueles que são pais.
Texto de mãe sobre
morte acidental do filho
De acordo com Ashley, ela estava dirigindo uma van com
cinco de seus oito filhos quando saía de um posto de gasolina em direção à sua
casa. Ela havia verificado os cintos de segurança nas crianças, e então,
começou a trafegar por uma estrada montanhosa e cheia de curvas.
Acontece que, cinco minutos depois de iniciar o trajeto, Titus havia
tirado o cinto de segurança com a ajuda de seu irmão de 8 anos. Ashley, então,
viu uma pedra rolar estrada abaixo – que bateu no veículo, jogando-o para perto
de um penhasco. Com o baque, Titus morreu na hora.
“Como alguns de
vocês sabem, passei pelo pior medo de todas as mães. No dia 2 de junho, eu
perdi o meu filho mais novo em um acidente de carro horrível. Eu estava
dirigindo. Eu já tinha saído de um posto de gasolina e verificado cada fivela
[do cinto de segurança] deles. Comecei a dirigir em uma estrada montanhosa e
cheia de curvas até a casa da minha família.
Meu filho já era reconhecido por fazer tudo o que podia para desatar a fivela do cinto de segurança (“O The Flash [personagem super-herói] não usa cinto de segurança e eu sou o The Flash, mamãe”). (...) Em média, eu parava o carro de três a quatro vezes em qualquer viagem para firmemente fazê-lo colocar o cinto novamente.
Meu filho já era reconhecido por fazer tudo o que podia para desatar a fivela do cinto de segurança (“O The Flash [personagem super-herói] não usa cinto de segurança e eu sou o The Flash, mamãe”). (...) Em média, eu parava o carro de três a quatro vezes em qualquer viagem para firmemente fazê-lo colocar o cinto novamente.
Em outro trecho, ela continua:
“Estávamos
apenas há cinco minutos dirigindo, quando uma grande pedra rolou em minha
pista. Eu tinha três opções: tentar ficar em cima da pedra, passar para a pista
contrária, que era uma grande curva com um rio agitado do outro lado. Pedra,
cabeça em colisão ou rio. Eu escolhi a pedra. Escolhi errado. E sim, ele já
tinha soltado o cinto junto com seu irmão de 8 anos. A pedra bateu no meu eixo,
e nos enviou em queda livre para o lado de um penhasco. Nossa van de 13
passageiros rolou e meu filho foi embora na hora. Nossas vidas foram
imediatamente separadas. O menino que tinha sido o meu orgulho e alegria foi
cruelmente tirado de mim em questão de segundos.
Lembro-me de ser
esmagado entre o meu console (sem airbag acionado) e três toneladas da nossa
van. Eu tinha sangue em toda parte. Eu lutei e lutei e depois apaguei. Quando
acordei, eu estava desafivelando meu bebê de seu assento de carro (ela estava
de cabeça para baixo) e trabalhando para achar cada criança (5 dos meus filhos
estavam comigo) para fora da van. Quando fui encontrar Titus, usei todas as
minhas forças para levantar a van pesada de seu corpo minúsculo. Meu filho de 8
anos de idade estava tentando me ajudar. Eu só podia ver a metade inferior de
seu corpo”.
Sentimento de culpa por acidente com
filho
Dias após o acidente, a mulher afirmou que o noticiário falava da morte
do seu filho “como se falassem da mudança do tempo”.
“Mas, isto não foi
o que mais doeu. Os leitores comentaram as coisas mais cruéis sobre quão
horrível eu era como mãe. O quanto eu merecia aquilo. Como meus filhos deveriam
ser tomados de mim”, escreveu. Ela,
entretanto, deu uma lição de bravura ao destacar todos os momentos em que
esteve junto com o filho, que dizia que ela era “a melhor mãe de todas”.
"Eu queria
empurrá-los e sacudi-los. Dizer para eles como nós éramos próximos, como eu
lutava para mantê-lo a salvo. Como nós tínhamos um beijo especial de boa noite
e dedicávamos um dia para ir ao Mc Donald’s por semana. Eu queria ter gritado
para eles como ele sempre me falava que queria casa comigo, que eu era a melhor
mãe de todas. Que ele construiu navios de Lego para mim, tirou sonecas na minha
cama segurando minha mão com seus dedinhos rechonchudos”.
Aproveitar cada momento
Direcionando a mensagem a todas as mães, Ashely finaliza o texto dando
algumas dicas sobre como aproveitar a vida com os filhos, cuidá-los e amá-los
são as coisas mais importantes que você pode ter como experiência na
maternidade.
“Entre no mundo
deles, se envolvam com a bela e flutuante imaginação das crianças”, diz em uma
parte. “Abrace seus filhos agora mesmo. Mergulhe
em seus cheiros, olhe para o brilho inocente em seus olhos que está perdido em
algum lugar entre a infância e a idade adulta. Sinta realmente como eles se
estreitam em você. Abaixe seu telefone e veja-os pela lente de seus olhos, não
só pela lente de sua câmera”.
O relato completo (em inglês) está na página
do Facebook de Ashely.
fonte: bolsademulher
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