A cena do do
cachorrinho chegando enfeitado um laço de fita na noite de Natal é
linda, mas é melhor reconsiderar a ideia. Afinal, como apontam veterinários,
ter um animal de estimação deve ser uma escolha consciente do futuro dono. É
importante saber se a pessoa – ou, no caso de uma criança, seu responsável –
consegue realmente cuidar do pet.
“Ter um bicho
requer compromisso por longo tempo: cães e gatos vivem, em média, 15 anos e não
podem ser trocados se os pequenos não gostarem, como fazem com um brinquedo”,
diz Gilcinéa de Cássia Santana, veterinária e professora da Universidade
Federal de Minas Gerais. Ela mesma já passou pela situação. “Meu filho ganhou
um cãozinho de aniversário. Ficamos felizes, mas logo encontramos impasses: não
tínhamos espaço suficiente em casa e nem o tempo necessário para dar atenção ao
filhote. No fim, devolvemos o cachorro para quem havia dado, o que, até hoje, é
uma grande frustração para mim e para meu filho”, lembra.
Justamente durante o período de férias e festas de final
de ano o abandono de animais domésticos aumenta. “Cães e gatos são soltos na
rua ou até mesmo devolvidos para os locais onde foram adotados porque os donos
não podem levá-los para as viagens já programadas ou não têm com quem
deixá-los”, afirma Dionísio Rebecca, veterinário do Centro de Controle de
Zoonoses de São Paulo.
Para evitar
que isso aconteça, muitas instituições dedicadas à proteção dos animais nem
permitem a adoção quando o intuito é presentear. “Aqui, entrevistamos os
interessados e vistoriamos suas casas. Não levamos o processo adiante com
alguém que quer dar o bichinho ou surpreender outra pessoa”, explica Susan
Yamamoto, uma das fundadoras da ONG Adote um Gatinho, em São Paulo.
Quando a
criança pede um pet de presente, ela não está ciente dos compromissos que terá
que assumir; então, cabe aos pais
conscientizá-la. “Não dá para considerar que os pequenos vão dar conta
sozinhos dos cuidados com o animal até o fim da vida dele, mas é preciso
mostrar que terão que fazer sua parte”, orienta Susan. Explique a seu filho que
a rotina da família mudará e pergunte se ele está disposto a diminuir a
frequência das viagens, por exemplo. “Deixe claro também que será necessário
avaliar se a casa tem espaço o bastante, se vocês dispõem de tempo para cuidar
do bicho e se os gastos cabem no orçamento”, aconselha Gilcinéa. Tente simular
quais tarefas cada pessoa assumiria e confirme se todos estão de acordo. Com
tudo esclarecido, a adoção terá mais chances de se tornar uma parceria feliz e
duradoura.
foto: dreamstime
fonte: m de mulher
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